Por Mauricio Leiro
Foto: Blog do Anderson / Gabriel Lopes / Bahia Notícias
A reeleição de Zé Cocá (PP) em Jequié pode ganhar um reforço, ao menos uma diminuição nas críticas à gestão dele. Informações obtidas pelo Bahia Notícias dão conta que o governador Jerônimo Rodrigues (PT) teria sinalizado a lideranças do PP que não pretende fazer uma campanha ostensiva na cidade, que possui maior colégio eleitoral administrado pelos progressistas no Estado.
A atuação e presença de Jerônimo na disputa eleitoral no município deve se limitar a gravações de vídeo e material "casado" de campanha. Caso visite a cidade na campanha, o governador não deve fazer críticas a Zé Cocá, cuja reeleição é considerada inevitável pelo Executivo estadual. O movimento também seria mais uma forma de atrair o PP para a base aliada. O partido ainda sonha com o retorno a base governista estadual.
Inclusive, interlocutores da cúpula governista sinalizaram que o pacto envolveria a indicação de um representante do partido na Secretaria de Planejamento. O espaço já foi ocupado pelo PP, com o então vice-governador do estado João Leão, que foi exonerado no início de 2022, após o reposicionamento do partido nas eleições daquele ano. Atualmente, a pasta é ocupada por Cláudio Peixoto, que deve deixar o cargo. Peixoto era chefe de gabinete da Seplan, assumindo a pasta com a saída de Leão e permanecendo durante a nova gestão de Jerônimo.
O adversário de Zé Cocá em Jequié é Alexandre Iosseff (PSD), ex-diretor da Santana Casa em Jequié e aliado do deputado federal Antonio Brito (PSD). Alexandre também é irmão do deputado estadual Hassan Iosseff, do PP e aliado do prefeito. Recentemente, Brito e Cocá se estranharam durante uma visita do governador Jerônimo Rodrigues ao município, para entrega da Unacon no Hospital Prado Valadares. No vídeo compartilhado, é possível ver Brito irritado colocando o dedo na cara do prefeito que não gostou nada da atitude do colega.
No PP, Zé Cocá é muito próximo do deputado federal João Leão e do secretário de Governo da Prefeitura de Salvador, Cacá Leão, que defendem a continuidade da legenda na oposição. Mas o próprio prefeito já disse, em entrevistas, que não descarta dialogar com Jerônimo e que pretende seguir as diretrizes partidárias, como fez em 2022 ao acompanhar o rompimento da aliança com o PT e o apoio à candidatura de ACM Neto (União).
Recentemente, Jerônimo se reuniu com o presidente do PP na Bahia, deputado federal Mário Negromonte Júnior. Inclusive, Zé Cocá reforçou desde a chegada de Mário ao comando do PP, a importancia da escolha para a condução da legenda.
“Graças a Deus, a gente unificou. Tivemos algumas divergências, mas tudo muito salutar. Aprendi na vida pública que a gente tem que saber nas divergências, que a maioria prevalece. A maioria do partido neste momento torcia para que fosse Negromonte Júnior, o que está acontecendo hoje. Agora é trabalhar e organizar o partido, trazer apoios e estrutura para que o partido continue forte”, disse Cocá.
VOLTA AO GRUPO?
A avaliação interna seria de que o maior desafio para reconstruir a relação com o governo seria o próprio PP, que possui um intenso debate interno. Com a formação dos palanques, os acordos poderiam ser mantidos, porém, com uma condição: o partido inteiro na base.
A sinalização foi unânime entre os consultados pela apuração, já que, atualmente, o PP tem a bancada de deputados estaduais integrando o governo, inclusive, acompanhando os debates do Conselho Político. Porém a ala ligada ao deputado federal João Leão, ex-presidente estadual da legenda, tem feito jogo duro com relação à adesão. O grupo, através de seu filho, o atual secretário de governo da prefeitura de Salvador, Cacá Leão, acompanha o grupo do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União).