A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, anunciou em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto na última quinta-feira (22) novas ações de caráter permanente para os mais de 30,4 mil habitantes que vivem no território indígena Yanomami. O investimento federal para a região em 2024 contará com R?1,2 bilhão em crédito extraordinário.
"Saímos do estado de ações emergenciais para ações permanentes a partir da instalação da Casa de Governo em Boa Vista (RR). Serão 13 órgãos de governo que estarão presentes ali para acompanhar e garantir a implementação das ações necessárias pelo território", disse a ministra, ao anunciar que uma comitiva irá à capital de Roraima na próxima semana para continuar dialogando com a comunidade, atendendo às necessidades dos povos locais.
Entre os anúncios, está prevista a construção do primeiro hospital indígena em Boa Vista, para serviços de atenção especializada de média e alta complexidade. "Já temos um protocolo de entrada e, agora, precisamos pensar em um modelo de assistência diferenciado, de redários, buscando diálogo com a população para conseguir assegurar as particularidades na assistência à população Yanomami e povos indígenas de Roraima", destacou o secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Weibe Tapeba.
Ele informou que a intenção é assinar um protocolo de intenções com a Universidade Federal de Roraima e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) para iniciar as obras da unidade hospitalar ainda este ano.
Outras medidas previstas de atenção à saúde Yanomami são a construção e reforma de mais 22 unidades básicas de saúde indígena, reforma completa da Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai) de Boa Vista, além da construção do centro de referência contra desnutrição na região do Surucucu. "Nós estamos pensando em uma nova política de saúde indígena, que seja uma política arrojada e resolutiva, e garanta o cuidado integral da população indígena", afirmou Tapeba
PRIORIDADE INTERNACIONAL
Em 2023, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou resolução apresentada pelo governo brasileiro, que assegura o desenvolvimento de pacto internacional em defesa da saúde dos povos indígenas. O documento inclui a saúde dos povos originários como uma questão prioritária na pauta da organização, no sentido de avançar em sistemas que promovam ações específicas para essa população. Seguindo essa pactuação, o Ministério da Saúde está elaborando uma nova Política de Saúde Indígena, a partir de oficinas nacionais e regionais.